Casal de idosos teve prejuízo de R$ 3 milhões em fraude que mirava patrimônio de R$ 50 milhões; Polícia Civil investiga o caso
Um sofisticado esquema criminoso quase resultou no desvio de um patrimônio milionário em Caldas Novas. O empresário Joilson Plaster, de 75 anos, e sua esposa Zilda Schulz, casados há mais de 50 anos, foram vítimas de uma fraude que buscava o reconhecimento judicial de uma suposta união estável entre o idoso e uma desconhecida moradora do Espírito Santo. O objetivo dos golpistas era dividir bens estimados em R$ 50 milhões, incluindo cerca de 100 imóveis na região das águas quentes. O casal já contabiliza prejuízo de R$ 3 milhões.
A informação foi revelada nesta quarta-feira (29) pelo advogado das vítimas, Renan Onofre, que registrou boletim de ocorrência e acompanha as investigações conduzidas pela Polícia Civil.
O golpe foi descoberto no final de 2024, quando Zilda identificou que tramitava contra o casal uma ação de reconhecimento de união estável ajuizada em Cariacica, no Espírito Santo – município que os idosos sequer conhecem.
“Foi uma clara tentativa de deslocar o processo para uma jurisdição distante, dificultando a identificação do crime, uma vez que os idosos residem no mesmo condomínio em que também moram juízes, promotores e delegados desta comarca, o que dificultaria a consumação do crime”, explicou Renan Onofre.
Segundo o advogado, a petição inicial estava instruída com documentos falsificados e comprovantes de residência zerados, recursos utilizados pelos criminosos para simular coabitação entre as partes e dar aparência de legitimidade à suposta união estável.
Com a constatação das falsificações, o processo foi transferido para Caldas Novas e a Polícia Civil foi imediatamente acionada.
“Estamos diante de uma tentativa orquestrada de fraude patrimonial na ordem de R$ 50 milhões e fraude processual, com uso de documentos falsos, nos quais o acesso à Justiça foi utilizado de forma ilícita, visando o enriquecimento de agentes criminosos”, alertou o advogado.
Para Renan, casos como este exigem apuração rigorosa não apenas para proteger as vítimas, mas para preservar a credibilidade do sistema judiciário. “Trata-se de uma ação sofisticada, que exige resposta firme e técnica das instituições”, destacou.
O casal está abalado com a situação, mas mantém a confiança na atuação das autoridades. “Nossa prioridade é garantir a segurança jurídica e assegurar que todos os envolvidos sejam responsabilizados dentro do devido processo legal”, afirmou o advogado.
Em vídeo, Zilda desabafou sobre o trauma causado pelo golpe: “Estou muito envergonhada e triste. Só quero justiça.”
A investigação corre em sigilo. A Polícia Civil não divulgou detalhes sobre possíveis suspeitos ou o estágio das apurações.
Fonte: Com informações de Mais Goiás
Foto: Arquivo Pessoal

