Um aumento de 12,6% na mesma base de comparação, no qual se destaca a produção de milho total, que deve chegar a 12,9 milhões de toneladas.
A primeira projeção para a safra brasileira 2022/23, divulgada pela CONAB no mês de outubro, aponta números superiores aos alcançados na safra de grãos passada. O país deve atingir produção de 312,3 milhões de toneladas, acréscimo de 15,3% em relação à safra 2021/22. Nesse sentido, o estado de Goiás acompanha os índices nacionais, e estima uma produção de 32,4 milhões de toneladas, aumento de 12,6% na mesma base de comparação, no qual se destaca a produção de milho total, que deve chegar a 12,9 milhões de toneladas.
O Governo de Goiás tem incentivado o avanço tecnológico através da implementação do processo de tramitação de cartas-consulta digitais pertencentes ao Fundo Constitucional do Centro-Oeste (FCO). A Gerência de Inteligência de Mercado/Seapa participa diretamente na implantação e na melhoria das diretrizes desse processo, que deve impactar sobremaneira na agilidade, transparência e tomada de decisão. As 1.423 cartas-consulta aprovadas neste ano, tanto no modelo tradicional quanto digital, já contabilizaram R$ 1,7 bilhão, o que deverá promover a geração de 2.590 empregos diretos, pulverizados em 163 municípios goianos.
Bovinos
A proteína bovina segue valorizada no mercado internacional. O faturamento com as exportações nacionais alcançou o montante recorde de US$ 10,0 bilhões no acumulado do ano (janeiro a setembro), aumento de 35,3% em relação ao mesmo período do ano anterior.
Por outro lado, os preços praticados no mercado doméstico sofreram redução, fato observado no mesmo período de entressafra do ano de 2021. De acordo com o Indicador do Boi Gordo CEPEA/ B3, a média do preço da arroba no mês de outubro foi de R$ 296,74, queda de 2,2% frente ao valor médio do mês anterior. A cotação da arroba do Boi Gordo em Goiás registrou valor médio mensal (outubro) de R$ 262,17 - variação negativa de 1,4%, na comparação com a média de valor do mês anterior (IFAG).
Suínos
No mercado externo, o volume embarcado de carne suína brasileira recuou 5,3% na comparação do acumulado deste ano (janeiro a setembro) com o mesmo período de 2021. No total, foram exportadas 809,9 mil toneladas, que contabilizaram US$ 1,8 bilhão, redução de 10,5% na mesma base de comparação. Em Goiás, as vendas externas também registraram retração em quantidade, porém houve crescimento no faturamento - veja destaques abaixo - o que aponta a valorização da proteína suína goiana no mercado internacional.
Com a expectativa da chegada do final do ano, quando aumenta-se o consumo da carne suína, os preços pagos ao produtor pela proteína suína tiveram valorização significativa. O valor médio observado em outubro foi de R$ 7,17/kg (Indicador do Suíno Vivo CEPEA/ESALQ-SP). No mercado regional, Goiás registrou média de preço (outubro) de R$ 7,34/kg - alta de 6,3% em comparação à média verificada em setembro (IFAG).
Frangos
As exportações brasileiras de carne de frango continuam registrando recordes no acumulado deste ano (janeiro a setembro). Neste período, foram embarcadas 3,5 milhões de toneladas - crescimento de 5,3% em relação ao mesmo período de 2021 - que geraram o total de US$ 7,1 bilhões de receita para o país no período, valor 30,9% acima do verificado no mesmo período do ano passado.
No mercado doméstico, as cotações de frango recuaram no decorrer do mês de outubro, devido à decisão, por parte dos agentes da cadeia, de se evitar aumento nos estoques (CEPEA). Em São Paulo, a média mensal de preço (outubro) para o frango resfriado foi de R$ 8,05/ kg - retração de 0,2% frente à média observada no mês anterior (CEPEA/ ESALQ). Em Goiás, o preço médio do frango vivo, apontado para outubro, foi de
R$ 5,50/kg - queda de 4,5% em relação ao valor médio observado em setembro (IFAG).
Lácteos
As exportações de produtos lácteos brasileiros cresceram 2,8%, na comparação da receita obtida no acumulado deste ano (janeiro a setembro) com a do mesmo período de 2021. O montante gerado foi de US$ 80,5 milhões, provenientes das vendas realizadas, principalmente, para a Argélia, Chile e Argentina. Do lado das importações, também observou-se aumento no valor das aquisições feitas nos nove primeiros meses deste ano de 31,0%, frente ao mesmo período de 2021, que totalizaram US$ 460,1 milhões.
Em outubro, as cotações do mercado de lácteos apresentaram tendência de enfraquecimento, em decorrência do período de chuvas, que favorecem a disponibilidade de pastagem e, consequentemente, o aumento de produção. A média de preço para o mês, verificada para o Brasil, foi de R$ 2,85/litro - variação negativa de 6,5%, frente a média do mês de setembro. Em Goiás, foi registrado valor médio de venda do leite de R$ 3,04/litro, queda de 6,3% em relação à média registrada no mês anterior (CEPEA). A indústria goiana de laticínios também apontou queda no preço médio de outubro da cesta de derivados lácteos, em relação ao mês anterior. A redução dos preços foi observada em todos os itens que compõem a cesta, que resultou em uma variação total ponderada de -3,61% para o mês de referência de outubro.
Soja
As operações de plantio da soja, na safra 2022/23, já se iniciaram em todo o país e a estimativa é que, nesta temporada, os agricultores brasileiros destinem uma área de 42,8 milhões de hectares para a cultura - aumento de 3,4% comparada à área da safra anterior. Como resultado, a produção nacional deve atingir 152,3 milhões de toneladas do grão e manter o Brasil em 1º lugar no ranking mundial.
No mercado doméstico, as cotações da oleaginosa tiveram oscilações ao longo de outubro e registraram média de preço para o mês de R$ 183,73/saca - queda de 1,8%, em relação ao valor médio do mês anterior (Indicador da Soja ESALQ/BM&Bovespa-Paranaguá). Em Goiás, verificou-se preços mais estáveis em outubro, com registro de valor médio mensal de R$ 165,62, 1,5% abaixo da média verificada no mês anterior (IFAG).
Os embarques da soja brasileira estão desacelerando, em decorrência da disponibilidade reduzida da oleaginosa neste período do ano. De janeiro a setembro de 2022, foram exportadas 88,6 milhões de toneladas dos produtos do complexo soja, 3,2% a menos do que a quantidade registrada no mesmo período de 2021. As vendas externas goianas também seguem ritmo de desaceleração nos últimos meses, porém na avaliação do acumulado do ano (janeiro a setembro), apresentou crescimento no volume embarcado - veja os dados nos destaques abaixo.
Milho
Os preços do milho, no mercado doméstico, se mantiveram estáveis durante o mês de outubro e apontaram valor médio de R$ 84,53/ saca (Indicador ESALQ/BM&FBOVESPA) - alta de 0,6% em relação à média de preço do mês anterior. Em Goiás, as cotações também apresentaram estabilidade, com registro de preço médio mensal (outubro) de R$ 71,72/saca, queda de 0,5% em comparação ao valor médio de setembro (IFAG).
No comércio internacional, a demanda externa pelo milho brasileiro segue firme. De janeiro a setembro deste ano, verificou-se aumento de 92,3% na quantidade embarcada do produto, frente ao mesmo período de 2021. No total, foram exportadas 24,6 milhões de toneladas do cereal, destinadas principalmente para o Irã, Espanha e Egito. O estado de Goiás também apresentou crescimento expressivo nas vendas externas de milho no acumulado deste ano (janeiro a setembro) - veja os destaques abaixo.
Para a nova temporada de produção 2022/23, já se tem registro do início das atividades de semeadura do milho 1ª safra no país, com destaque para o avanço na região sul que, até 29/10, havia realizado o plantio em mais de 80% da área destinada ao cultivo do cereal. A produção total brasileira está estimada em 126,9 milhões de toneladas, crescimento de 12,5% em relação à temporada anterior. Em Goiás, as precipitações registradas em setembro favoreceram o plantio do milho 1ª safra, que teve início em outubro, com registro de semeadura de 39,9% da área de cultivo (29/10). Os dados da estimativa da produção goiana de milho estão nos destaques abaixo.
O Agro em Dados é um boletim mensal do Governo de Goiás, elaborado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa). O trabalho tem a parceria da Agência Goiana de Assistência Técnica, Extensão Rural e Pesquisa Agropecuária (Emater); Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa); e Centrais de Abastecimento de Goiás (Ceasa-GO).
As fontes dos dados são: Emater, Ceasa, Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea-Esalq/USP), Instituto para o Fortalecimento da Agropecuária de Goiás (Ifag), Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e Ministério da Economia.
Fonte: Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa)
Foto: reprodução (Seapa)