O grupo de turistas saiu de Belo Horizonte no domingo (24), planejando ficar cinco dias na cidade das Águas Quentes, mas ao chegar no local, foram surpreendidos
Turistas de Belo Horizonte tem férias frustradas após caírem em golpe de agência de viagem. A proprietária da agência de viagem de Minas Gerais foi presa em flagrante em Caldas Novas, por prática de estelionato em mais de 160 turistas.
Ao todo, são 168 turistas lesados. O grupo teria saído da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais no domingo (24), e chegado na cidade das Águas Quentes na manhã de segunda-feira. O pacote fechado pelo grupo previa que cada pessoa ficaria cinco diárias em um hotel de Caldas Novas, com transporte de ida e volta, além de café da manhã e almoço inclusos. Cada pessoa pagou em média, cerca de R$ 1.200,00 reais.
“Uma viagem que era para ser de férias virou um inferno”, disse uma turista.
De acordo com uma turista que deseja não ter a identidade revelada, os problemas começaram a aparecer assim que o grupo chegou em Caldas Novas. A mulher de 42 anos, revela que chegou ao seu conhecimento, que a proprietária da agência de viagens teria feito apenas parte do pagamento dos fornecedores dos serviços de transporte, hospedagem e alimentação. Cada pessoa do grupo de 168 turistas teria pago uma média de R$ 1.200,00 reais, pelo pacote de viagem.
“Todo mundo foi lesado. Quando chegamos aqui, começaram as confusões. Não foi paga a alimentação, não foi paga a hospedagem. Não queriam deixar a gente fazer check-in. Ela deu uma entrada muito simbólica para cada coisa”, revelou uma das turistas.
Quando a mulher foi confrontada sobre o pagamento do saldo restante das hospedagens por um dos proprietários de uma imobiliária que reservou os apartamento, a investigada disse que tinha mais de R$ 90 mil na conta, porém, quando foram ao banco e solicitaram um extrato de conta, constatou-se que a mulher possuía apenas cerca de R$ 4 reais na conta.
"Nesse momento, ficou configurado a fraude aplicada pela dona da agência", disse o delegado. A mulher alegou estar passando mal, foi encaminhada para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) de Caldas Novas, e presa pela polícia militar e logo em seguida conduzida para a delegacia de polícia da cidade. No depoimento perante o delegado Tiago Fraga Ferrão, a mulher de 59 anos, “alegou que com a quantia levantada com os mais de 160 pacotes de viagem, ela teria adquirido uma empresa com 2 ônibus, portanto, desviando totalmente a finalidade dos recursos obtidos”. Com isso, deixou de pagar também os fornecedores para se beneficiar com o valor.
As vítimas e testemunhas também foram ouvidas pelo delegado. De acordo com o delegado Tiago Fraga Ferrão, a mulher causou um prejuízo estimado de R$ 150 mil reais. A dona da agência foi indiciada pela prática de estelionato. Crime previsto no artigo 171 do Código Penal brasileiro, com pena de 1 a 5 anos de prisão. Em seguida, a mulher foi conduzida para o presídio feminino de Corumbaíba, cidade vizinha de Caldas Novas.
Depois de todo transtorno, o grupo de turistas mineiro conseguiu fazer o check-in no hotel contratado, mas tiveram o acesso limitado aos serviços, em razão do não pagamento integral das despesas. O que impediu o grupo de se alimentar no café da manhã e no almoço, serviço que estava incluso no pacote pago pelos turistas.
Uma das passageiras revelou que algumas pessoas estão passando dificuldades. “Algumas pessoas juntaram dinheiro o ano inteiro para virem nessa viagem e não trouxeram muito dinheiro, pois já estava incluso o café da manhã e o almoço. Tem muitos idosos no grupo e até criança com deficiência”, disse a turista.
O pacote contratado na agência de viagens de Minas Gerais previa hospedagem, transporte e alimentação para os mais de 160 turistas em Caldas Novas. O grupo iria ficar na cidade das águas quentes até sábado, quando retornariam para Belo Horizonte no mesmo ônibus contratado pela agência.
No entanto, os turistas revelam estar apreensivos com o retorno, pois, como agência de viagem não repassou o valor total à transportadora, o grupo não sabe como vai chegar em casa. “Nós chegamos até aqui, mas o ônibus não foi pago para voltar. Não sabemos como vamos voltar para casa”, disse.
DESFECHO DO CASO
Não bastasse o prejuízo sofrido pelos 168 turistas com a compra dos pacotes de viagens, as pessoas vão também ter que desembolsar o retorno para casa. Umas das turistas que pediu pra não ser identificada, revelou que cada pessoa vai ter que desenbolsar R$ 125 reais para retornar para Belo Horizonte. A turista de 42 anos, disse que, “Dois ônibus entraram em acordo com a gente e cada um assumiu um valor por pessoa para voltar para casa. Como foram só dois ônibus, o restante do pessoal ficou para trás e cada um está se virando como pode”.
Ao todo, 110 pessoas retornaram para suas casas neste sábado (30/7), depois de ter se reunido e contratado dois ônibus para os levar a Belo Horizonte. O restante, cerca de 58 pessoas, estão deixando a cidade como podem, por sua conta própria, outros retornaram ainda na terça-feira (26), após descobrirem o golpe.
A mulher dona da agência de Minas que vendeu os pacotes para os mais de 160 turistas em Caldas Novas continua presa.
Com informações de g1
Foto: Reprodução/freepik